Avistamentos Espaciais

A curiosidade sempre esteve presente no ser humano. Desde a pré-história o homem olha para o céu, buscando desvendar os mistérios celestes. Esta busca por descobrir e conhecer foi o grande impulsor da Ciência que, em uma de suas maiores proezas, permitiu ao ser humano desembarcar na superfície de nosso satélite natural, a Lua.

Esta conquista só foi possível graças a uma série de missões anteriores, que possibilitaram o desenvolvimento de tecnologias e conhecimentos necessários para tal feito. A Humanidade, atenta, acompanhou cada passo desta conquista, realizada pela Agência Espacial Americana (NASA).

Esta agência foi criada em 29 de julho de 1958, com o objetivo de coordenar o desenvolvimento astronáutico, bem como conduzir a exploração do Sistema Solar. E, para seu estabelecimento, foram encomendados diversos estudos técnicos a algumas instituições norte-americanas, que serviriam de base para as diretrizes de funcionamento da agência espacial. Um desses estudos, o Relatório Brookings, de 1958, abordou a possibilidade da descoberta de vida extraterrestre na exploração espacial que se iniciava.

Em um trecho do documento, intitulado “Implicações em Caso de Descoberta de Vida Extraterrestre”, consta que:

“…artefatos deixados num determinado ponto no tempo, por formas de vida pertencentes ou não ao Sistema Solar, poderão ser descobertos através de nossas atividades espaciais na Lua, em Marte e Vênus”.

O relatório recomenda que todos os fatos que forem documentados devem ser mantidos no mais absoluto sigilo para evitar possíveis problemas de ordem política e social. Com base nestas recomendações, a NASA conduziu seu programa espacial sabendo que poderia encontrar vida em outros planetas, ou mesmo naves alienígenas durante missões espaciais e que deveria manter estas descobertas em segredo.

O primeiro programa espacial tripulado, da NASA, chamava-se Mercury, e foi conduzido entre 1958 e 1963. Ao longo de todas as missões deste programa foram obtidas imagens de objetos não identificados no espaço e algumas destas fotografias acabaram vazando e chegando ao conhecimento dos ufólogos.

Um objeto luminoso registrado pelos astronautas da Gemini 5.

O programa seguinte, chamado Gemini, foi conduzido entre 1964 e 1966, permitia o envio de dois astronautas por missão. Sua missão era testar tecnologias, equipamentos e manobras que seriam utilizados na Conquista da Lua. E assim como seu programa antecessor, os astronautas das missões Gemini estiveram às voltas com objetos espaciais não identificados.

Os astronautas da Gemini IV, por exemplo, tiveram um avistamento ao longo de sua missão, em junho de 1965. Na ocasião, os astronautas Ed White e James McDivitt avistaram, filmaram e fotografaram um objeto, com projeções laterais que mantinha-se em órbita, não muito longe de sua cápsula espacial. O fato acabou vazando, escapando ao acobertamento da NASA, e chegou ao conhecimento público. Pressionada, a NASA alegou que se tratava de um satélite chamado Pegasus mas, após ser desmentida, a agência espacial silenciou sobre o fato.

Trecho do arquivo oficial da NASA, outrora confidencial, onde consta as transcrições das comunicações no momento do avistamento ufológico.

Poucos meses depois, os astronautas da Gemini V, Gordon Cooper e Charles Conrad, também avistaram e fizeram imagens de UFOs no espaço. Há anos circula no meio ufológico trechos de comunicações, atribuídas a esta missão, referentes a um avistamento ocorrido em 24 de agosto de 1965, sobre a região da Austrália, China e Ásia Oriental.

Outro caso, que escapou do acobertamento da NASA, ocorreu com a Gemini VI, quando os astronautas James Lovell e Frank Borman avistaram um UFO e comunicaram o centro de controle, em Houston, Texas.

Um objeto luminoso registrado pelos astronautas da Gemini 6.

Gemini 7: Bogey às 10 horas.

Houston: Aqui, Houston… Fale novamente, Sete.

Gemini 7: Garotos, temos um Bogey na direção 10 horas,

mas um pouco mais em cima.

Houston: Pode tratar-se de alguns dos estágios

do foguete impulsor Titan-2.

Gemini 7: Esse é um objeto identificado…

Não é o foguete impulsor! Sabemos onde está o foguete!

Que fazemos?

O termo Bogey era um dos vários termos usados para referir-se à objetos anômalos no espaço.

Trecho do documento Gemini VII Composite Air-to-Ground and Onboard Voice Tape Transcription, Vol. 1, contendo comunicações travadas durante avistamento ufológico.

Objeto luminoso, próximo à Gemini 9.

Dois objetos luminosos registrados pelos astronautas da Gemini 1.

Vários objetos luminosos, fotografados pelos astronautas da Gemini 12. Estas imagens fazem parte de uma grande sequencia de registros ufológicos.

UFOs na Terra e na Lua

O Programa Apollo foi a realização máxima das ambições humanas de exploração do espaço, culminando com o primeiro pouso tripulado na superfície lunar, em junho de 1969. Mas, para que ele ocorresse, seria necessária a realização de missões prévias. As Apollo 7, 8, 9 e 10, por exemplo, testaram naves, equipamentos e manobras a serem realizadas nas missões tripuladas. As Apollo 11 e 12 foram missões demonstrativas, provando a possibilidade de atividades diretas nas superfície lunar. As Apollo 14, 15, 16 e 17 foram missões mais científicas, realizando variados estudos no solo lunar.

Dois objetos luminosos, registrados pelos astronautas da Apollo 12

Fotografia obtida pelos astronautas da Apollo 7, pouco depois de entrar em órbita. Os dois objetos eram avistados e foram alvos de comentários entre os astronautas.

Quando estas missões foram realizadas, ufólogos de todo o mundo acompanharam com atenção, na esperança de que novos casos ufológicos ocorressem e viessem a público.

Objeto em formato de disco, com aspecto metálico, fotografado na órbita da Lua, pelos astronautas da Apollo 10.

Objeto luminoso avistado e fotografado pelos astronautas da Apollo 10, na órbita da Lua.

Trecho do documento Apollo 10 Onboard Voice Transcription-Command Module, contendo comunicações travadas durante avistamento ufológico.

Assim, algumas poucas imagens foram descobertas pelos ufólogos e divulgadas até hoje como provas de atividade alienígena na superfície lunar. Tal é o caso das fotografias AS11-36-5319, AS16-120-19238 e AS12-50-7340. A primeira mostra um objeto luminoso, no espaço, próximo ao nosso planeta. A segunda imagem mostra o que seria um nave mãe alienígena sobre a superfície lunar. A terceira imagem registraria um disco voador luminoso que teria acompanhado a Apollo 12 quando aproximava-se do nosso satélite natural.

Objeto triangular, fotografado por Neil Armstrong, na superfície lunar.

Objeto luminoso, triangular, sobre o local de pouso da Apollo 12. Um objeto semelhante foi fotografado pelos astronautas da Apollo 11.

Além destas imagens, circula no meio ufológico trechos do que seria uma comunicação entre o astronauta Neil Armstrong e o Centro de Controle, durante sua caminhada na superfície da Lua. Neste áudio, o astronauta descreve a presença de naves alienígenas alinhadas na borda de uma cratera, próximas ao local de pouso da Apollo 11.

Embora toda a comunidade ufológica mundial tivesse um interesse sobre os avistamentos ainda não descobertos, ocorridos nesta missão, nenhuma investigação profunda e detalhada havia sido realizada. Em parte, isso se deve pela restrição de acesso ao acervo da NASA, que permaneceu em sigilo por um longo tempo.

Em 2004, o site do Lunar and Planetary Institute (LPI) disponibilizou todo o acervo de fotografias obtidas pelas missões do programa Apollo. Embora a resolução destas imagens seja baixa, para os padrões atuais, o acervo permitiu desmistificar algumas fotografias tidas como registros legítimos de UFOs, como é o caso das imagens AS16-120-19238 e AS12-50-7340. Entretanto, permitiu a este autor a descoberta de aproximadamente 500 fotografias com objetos anômalos no espaço, feitas ao longo destas missões.

Em 2015, as mesmas fotografias foram disponibilizadas, desta vez em altíssima resolução. O Flickr do Apollo Archivies disponibilizou as mesmas imagens presentes no site do LPI, mas obtidas diretamente dos negativos da NASA. Já o site ToTheMoon apresenta as mesmas imagens, com uma qualidade ainda maior e disponibilizando também fotografias dos programas Mercury e Gemini.

Objeto em forma de disco, fotografado pelos astronautas da Apollo 13, nas proximidades da Lua.

Visando refazer a investigação inicial, desta vez com um material em altíssima resolução, acessamos novamente o site do LPI, para mapear as imagens originais descobertas na primeira investigação. Qual não foi nossa surpresa, ao constatar que algumas imagens ali disponibilizadas foram manipuladas para esconder os UFOs ali presentes. Nossa esperança era de que tais objetos estivessem presentes nos dois novos sites que seriam estudados detidamente. Assim, entre fevereiro e outubro de 2017, verificamos cada imagem presente nos acervos do Apollo Archivies e do site Tho The Moon.

Quarta de uma sequencia de seis fotografias. Objeto luminoso está movimetando-se no centro da imagem. Seu movimento ficou registrado nas fotografias.

Objeto aparentemente metálico, fotografado acima do local de pouso da Apollo 17.

Esta nova investigação permitiu esclarecer algumas equívocos e descobrir outros registros interessantes. Ao final, tínhamos 260 fotografias com objetos luminosos ou mesmo sólidos, a pouca distância da cápsula espacial.

Após a análise fotográfica, iniciamos os preparativos para divulgar tais descobertas e, para compor os primeiros artigos, usaríamos os trechos de comunicações ocorridas durante avistamentos ufológicos e que já eram de conhecimento ufológico. Por sorte, ou destino, acabamos por encontrar documentos oficiais da NASA, contendo na íntegra, as comunicações de bordo e as travadas entre astronautas e o Centro de Controle em Houston, Texas.

Estes documentos, que totalizam mais de 45 mil páginas, foram disponibilizadas pela NASA, no site do Johnson Space Center, em 2007. Estes documentos eram secretos e foram liberados pela NASA, de acordo com as Leis de Liberdade de Informação dos Estados Unidos. E assim como foi com os arquivos de imagens das missões Mercury, Gemini e Apollo, nenhum ufólogo havia analisado este acervo com profundidade. Então, de forma pioneira, buscamos as transcrições de comunicações já conhecidas e as encontramos lá, na íntegra, e em alguns casos de forma mais completa. E buscando palavras chave, ao longo de cada arquivo, pudemos encontrar vários e vários outros avistamentos, que não eram de conhecimento da comunidade ufológica mundial.

Agora, de posse das informações constantes nas transcrições, pudemos cruzar com as informações de cada fotografia de interesse ufológico. Assim, pudemos identificar vários casos onde o astronauta relata o incidente ao centro de controle, descrevendo o objeto enquanto faz o registro fotográfico. Um exemplo é o caso dos astronautas da Apollo 7 que, 30 minutos após o lançamento, observaram objetos luminosos ao longo de vários minutos. Em dado momento o astronauta Donn Eisele relata o avistamento de duas luzes contra a superfície terrestre:

Don Eisele: Oh, que estranho. Vejo dois pontos de luz no chão. Parecem estrelas.

Walter Schirra Jr.: Sim… eu vi isso.

Walter Cunningham: Sim… eu vi também.

Estes dois objetos foram fotografados e as imagens estão atualmente disponíveis publicamente nos acervos fotográficos já citados.

Outra missão que esteve às voltas com eventos incomuns foi a Apollo 10. Após entrar em órbita ao redor da Lua, os astronautas iniciaram a baterias de testes programadas para a missão. Logo após estes testes, os astronautas ouviram um som, algo semelhante à uma música, tocando nos seus comunicadores. Como a Apollo encontrava-se sobre o lado oculto da Lua, seria impossível que tal música fosse uma transmissão originada da Terra.

O documento Apollo 10 Onboard Voice Transcription Command Module contém os diálogos travados entre os astronautas na ocasião:

“Eugene Cernan: Essa música parece ser do espaço sideral, não é? Você ouviu isso? Esse som de assobio?

Thomas Stafford: Sim.

Eugene Cernan: Whoooooo. Diga seu…

John Young: Você escutou o som de assobio também?

Eugene Cernan: Sim. Soa como… Você sabe, música do tipo espaço sideral.

John Young: Tento imaginar o que possa ser.

Eugene Cernan: Rapaz, essa música é mesmo estranha.

John Young: Temos que descobrir sobre isto. Ninguém irá nos acreditar.

Eugene Cernan: Sim. É um assobio, você sabe, como uma coisa do espaço sideral.

John Young: Sim. …VHF A…

Eugene Cernan: Sim… Eu não acreditaria que tenha alguém lá fora. Ok, Tom… Eu vou chamar para a P20.”

Este não foi o único momento em que estranhos sons foram ouvidos pela tripulação da Apollo 10. Aproximadamente 6 horas depois deste evento, outros sons estranhos foram ouvidos:

“Thomas Stafford: Quero dizer… Que diabos foi esse som de gargalhada?

Eugene Cernan: Não sei. Mas vou te dizer, essa música estranha está me perturbando. Você sabe…

John Young: Maldição, escutei também.

Eugene Cernan: Você sabe… Isso é engraçado. Isso soa como algo do espaço sideral, realmente. Quem irá acreditar?

John Young: Ninguém. Você acha que devemos contar sobre isso?

Eugene Cernan: Não sei. Mas devemos pensar nisso.

John Young: Você escutou, Tom?

Eugene Cernan: Sim, ele escutou.

Thomas Stafford: Sim.

Eugene Cernan: Diabos, só quero sair deste traje espacial.”

Mais tarde, os astronautas reportaram esse estranho fenômeno aos controladores e à NASA, que silenciou sobre o fato e o manteve sob sigilo por vários anos.

Embora estes fatos tenham assombrado os astronautas, havia todo um cronograma de estudos a serem realizados. E foi durante uma destas atividades que ocorreu uma sequência de avistamentos de um estranho objeto metálico, que aproximava-se da cápsula com os astronautas. Durante várias horas eles avistaram e tentaram, em vão, identificar esse estranho objeto. Conforme observa-se nos documentos oficiais da NASA, este objeto ora posicionava-se à frente e ora atrás do Módulo de Comando da Apollo. Em dado momento, tal objeto aproximou-se da cápsula com os astronautas e no mesmo instante falharam alguns equipamentos de bordo.

Todas as missões Apollo tiveram encontros ufológicos no espaço, alguns de forma mais intensa que outros, mas todos os astronautas do programa tiveram seus avistamentos. Muitos ficaram impactados por suas experiências no espaço, de forma semelhante ao encontrado em abduzidos de todo o planeta. Alguns deles passaram por um significativo despertar espiritual, enquanto outros desenvolveram habilidades artísticas ou engajaram-se em ações em prol do planeta.

Toda esta investigação resultou no livro “Entre o Céu e a Terra – Uma história de aventura, mistérios e UFOs”, que descreve todos os detalhes desta investigação, apresentando as referências e links para cada imagem ou documento citado. Além de apresentar tais casos inéditos, a obra apresenta ainda outros mistérios ligados à conquista da Lua, bem como detalhes técnicos e curiosidades das missões espaciais. Uma obra imperdível para todos aqueles que sondam os mistérios celestes.

Jackson Luiz Camargo é ufólogo, investigador de campo em Ufologia, especialista na análise de documentação oficial e webmaster do Portal Fenomenum. É conferencista, participando de vários eventos de Ufologia ocorridos pelo Brasil. É escritor e autor do livro Entre o Céu e a Terra – Uma história de aventura, mistérios e UFOs.

Importante: o conteúdo, os fatos e as opiniões expressas neste artigo são de responsabilidade do autor(a) e não refletem, necessariamente, a opinião dos administradores do UIB.

Equipe UIB

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